terça-feira, 31 de março de 2015

Brinquedoteca: o espaço de brincar na biblioteca escolar

Por André de Jesus, Daniela Silva e Nádia Valverde

1.     DEFINIÇÃO DE BRINQUEDOTECA, O ATO DE “BRINCAR” E BIBLIOTECA ESCOLAR

A brinquedoteca é um ambiente físico abrangedor, alinhados aos mais diversos tipos de objetos que impulsionam o processo criativo e a imaginação.

A literatura fundamenta ser brinquedoteca “[...] um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço onde as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas”. (CUNHA, 1994, p.13).

A brinquedoteca oportuniza o cultivo da brincadeira, de modo aberto, para as individuo em qualquer período da vida, como ressalta Almeida e Casarin (2002, p. 2), a Brinquedoteca, “é um espaço que permite o brincar livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas, com muitos jogos variados e diversos materiais que permitem a expressão da criatividade”.

Podemos dizer que, a brinquedoteca estimula e desenvolve habilidades e aprendizagens na infância por meio do brincar.

De acordo com Bueno (1994), o brincar é definido como “divertir-se; gracejar”. Essa característica divertida, prazerosa é apenas uma das características do brincar.

Complementando o conceito de brincar, os Deputados da Câmara – Parlamento Brasileiro e os estudiosos palestrantes (2005, p. 10) salientam que, “[...] o brincar é um direito da criança, na brincadeira ela constrói, se elabora e se forma”.

Brincar não é ficar fazendo futilidades, como acreditam alguns adultos, é imprescindível estar atento a essa maneira seria do ato de brincar, pois esse é o seu trabalho, ações por meio do qual ela desenvolve potencialidades, percebe papéis sociais, limites, conhece novas agilidades.  

Neste contexto, o brinquedo pode ser um objeto de brincar ou uma atividade lúdica.

Atividade lúdica quando você faz algo que gosta, com prazer sem obrigação ou competição é chamado de brincadeira.

Temos três tipos de brincadeira na educação infantil, brinquedo educativo ou pedagógico, tradicional e de construção.

A brincadeira educativa ou pedagógica é aquela que educa, desenvolve o raciocínio com prazer, como o quebra-cabeça. O tradicional depois da tecnologia já não são muitos utilizados como amarelinha, o pega-pega. O de construção quando a criança cria uma  realidade para si,  como uma fantasia.
Brincar e jogar define a mesma coisa, só que no jogo existem regras, é uma ferramenta de aprendizagem, desenvolvendo experiências sociais e pessoais, levando o professor a avaliar, estimular e conduzir a aprendizagem dos alunos.
No jogo tradicional existem regras com objetivo de desequilibrar a organização mental das crianças promovendo seu crescimento. Os jogos espontâneos é quando a criança é independente  e expõe sua vontade de brinca.
O brinquedo, a brincadeira e o jogo é a base para o desenvolvimento e aprendizado das crianças.
A escola é o segundo item do aprendizado das crianças, que no inicio tudo é muito estranho para elas, o relacionamento com outras crianças, os professores que usam outros tipos de expressões. Os familiares transmitem os conhecimentos corriqueiros e a escola à cultura, sendo os professores que educam as crianças para a vida em sociedade.
 A Organização dos Estados Americanos (1985, p. 21) conceitua a biblioteca escolar como um centro de aprendizagem no qual se pode observar:

uma participação direta em todos os aspectos do programa de educação [desenvolvido] com materiais de todo tipo, onde os educadores, estudantes e usuários em geral podem redescobrir e ampliar os conhecimentos, desenvolver pesquisas, desenvolver aptidões para a leitura, para opinar, para avaliar, assim como, desenvolver todos os meios de comunicação que dispõe o ser humano com o objetivo de assegurar uma aprendizagem total já que vivemos em um mundo multidimensional .  

A biblioteca escolar constitui, desta forma, como parte integrante da escola, sujeita as suas normas e regulamentos. O material compreendido em uma biblioteca escolar se destina a apoiar atividades didáticas - pedagógicos ajustados nos objetivos da instituição escolar, enquanto espaço educacional, cultural e recreativo. 
As escolas necessitam de espaços reservados para brinquedoteca, desenvolvendo as crianças através do lúdico, onde elas apreendem brincando.
Deste modo, a brinquedoteca escolar deve ser vista como um suporte pedagógico, que possui jogos e brinquedos, que estimulam o raciocínio lógico e matemático, contribuindo para a alfabetização.
A brinquedoteca escolar é um suporte pedagógico, que possui jogos e brinquedos, que estimulam o raciocínio lógico e matemático, contribuindo para a alfabetização.

3. BIBLIOTECÁRIO COMO EDUCADOR
De acordo com o Caldin (2005, p.168), bibliotecário tem uma responsabilidade enorme, pois dependerá dele (de seus próprios valores e crenças), o resultado das ações efetuadas dentro da biblioteca. Se ele considerar a educação em um sentido amplo, não limitado somente ao ensino, mas, principalmente, voltada à formação de hábitos e atitudes do aluno, ele não se restringirá a ser um mero técnico-administrativo a serviço da escola. Ele irá lutar pela conquista da igualdade de oportunidades sociais que possibilitem a todos os estudantes o acesso ao conhecimento registrado.
Mueller (1990), em tempos idos falava que a maioria dos bibliotecários encarava o conhecimento como algo pronto para ser adquirido, consumido e reproduzido.
Tem de lembrar, também, que os novos tempos exigem que a escola (professor e bibliotecário) esteja apta a preparar o indivíduo para a sobrevivência nessa sociedade em rápida e constante mutação. Em vista disso, Souza (1999), levanta a questão: que profissional é o bibliotecário? Assim, quanto à sua identidade profissional, deve-se indagar sobre seus objetivos e responsabilidades, seu valor para a sociedade e status entre as demais carreiras profissionais e, consequentemente, o nível de sua remuneração; quanto à organização da profissão como área do conhecimento, deve-se indagar sobre a forma pela qual está organizada – como carreira profissional ou como campo de investigação, como se processa sua formação profissional e como se comunica com seus pares; quanto à relação com o usuário, deve-se indagar como vê o usuário da biblioteca e como esse o vê; quanto ao desempenho profissional, deve-se indagar em que consiste sua excelência, o que considera sucesso ou fracasso, se está buscando emprego ou trabalho.
Tavares (1973), “o bibliotecário deve fornecer a informação rápida, encontrar o material adequado - ir ao encontro do que o aluno precisa e deseja, são tarefas do bibliotecário”. Por isso ele necessita de uma boa comunicação com os estudantes, deve ser agradável, gostar de servir e ser criativo e responsável, porque do seu trabalho dependerá o resultado das pesquisas dos estudantes. Por isso Douglas (1971), afirma que “o bibliotecário deve compreender as crianças, saber conquistá las, dirigi-las, ter espírito de curiosidade, animação, boa saúde, tato, entusiasmo, energia e saber lidar com adultos tanto quanto com criança”.
Segundo Corrêa (2002, p.107), pode-se concluir que o bibliotecário desempenha algumas funções educativas, contudo diferentes das que um educador escolar desempenha em sala de aula. Sua função educativa concentra-se no sentido de auxiliar a comunidade escolar na utilização correta das fontes de informação, dando um embasamento para que o educasse saiba usufruir esses conhecimentos, também fora do ambiente escolar. Ele ensina a socialização, através do compartilhamento de informações, de utilização de materiais e ambientes coletivos, preparando assim o educando no desenvolvimento social e cultural.
[...] um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço aonde as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estimulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas. (CUNHA, 1994, p. 13) [...] um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço aonde as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estimulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas. (CUNHA, 1994, p. 13).

A ludicidade que a leitura pode oferecer está ligada a inúmeros fatores, dentre eles podemos citar: a postura do professor diante do livro literário; a participação ativa do bibliotecário na seleção dos livros para socialização da leitura; o interesse do próprio leitor-aprendiz (aluno) na busca por novos conhecimentos e a consciência do direito de ler e não do dever de ler.  Ferreira e Dias (2002) entendem que a leitura é um processo que deve ser ensinado, mas que os agentes devem interagir reciprocamente para conseguir êxito. O leitor-aprendiz e seu mestre (professor, bibliotecário, pais ou outro profissional) devem trocar experiências com objetivo de tornar cada vez mais autônomo o leitor-aprendiz, para então com sua autonomia construir seu saber.

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