segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Conceito de Documento em Arqueologia, Biblioteconomia e Museológica.

A Documentação, campo do conhecimento criado no final do século XIX por Paul Otlet e Henri La Fontaine, é marcada por diversas  visões de suas origens e de seu desenvolvimento ao longo dos séculos, mas conforme revela a sua própria denominação, sua relação com o documento  parece indubitável, ao contrário das outras áreas acima mencionadas. Uma das principais contribuições deste campo foi, justamente, a consolidação do conceito de documento. Conclui-se que o documento está presente na literatura dessas áreas, salvaguardadas suas distinções conceituais e procedimentais, e que novas abordagens têm conduzido a certas aproximações entre essas áreas com a Ciência da Informação, em razão da relação do conceito de documento com o de informação. Os arquivos são instituições públicas ou privadas, que têm como principais funções ou processos a: criação, avaliação, aquisição, classificação, descrição, comunicação e conservação dos documentos gerados em decorrência do exercício das atividades funcionais que se estabelecem primordialmente pelas vias jurídico-administrativas (ROUSSEAU;  COUTURE, 1998). A aproximação entre a Documentação e a Biblioteconomia está relacionada às linguagens documentárias, sobretudo porque o código de Classificação Decimal Universal (CDU), publicado pela primeira vez em 1905, e incorporado às bibliotecas, foi o instrumento que apresentou para muitos profissionais a Documentação. Por outro lado, a Documentação encontrou na Biblioteconomia um locus na busca de solução para a explosão bibliográfica científica após a Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, Fonseca (1988), ao distinguir a Biblioteconomia da Documentação, considera que esta última se ocupa da representação da informação científica por meio da elaboração de resumos e índices. Sabe-se que, atualmente, essas práticas já foram incorporadas ao fazer bibliotecário e está presente no cotidiano  das bibliotecas especializadas e não-especializadas.  O documento traz-se, ainda, a discussão do documento como monumento, feita por Le Goff (1994), em que o monumento é visto como uma herança do passado, geralmente edificado por meio das obras monumentais. O documento, para além do registro gráfico, se funda no início do século XX, com a construção de uma nova maneira de fazer História, e, nesse cenário, os documentos passam a ser compreendido como tudo aquilo que “[...] pertence ao homem, depende do homem, serve ao homem, exprime o homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem” (LE GOFF, 1994, p. 450).

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