“Forma de intervenção na dinâmica da cultura que se realiza de cima
para baixo, das instituições e dos agentes culturais para a coletividade
ou público a que se voltam, sem que sejam estes consultados sobre as
suas necessidades ou desejos.”
“Políticas culturais dirigistas partem de diagnósticos elaborados pelos
agentes culturais com base num quadro de referências previamente
determinadas. Assim, quando começaram a ser implantadas na França
ao final dos anos 50, as casas de cultura colocaram-se um tríplice
objetivo: democratizar o acesso à criação; armar as pessoas contra a
exploração mercantil de criação; combater o nivelamento cultural e a
dominação engedrada pela civilização do consumo.
IMPLICAÇÕES
“O agente cultural costuma responder com sua proposta de ‘um pouco
do diferente’.”
“ As políticas culturais dirigistas de fato representam-se como num
estado de luta contra uma determinada situação cultural; sinal disto são
os três verbos ou palavras de ordem que exprimem os objetivos das
casas de cultura francesas: armar, combater e democratizar. No campo
cultural há sempre, parece, uma guerra a ser travada”.
Uma guerra contra uma cultura mercantilizada e reificante;
contra uma cultura estratificada ou imobilizada, incompátivel com
alegados interesses maiores da comunidade;
Contra a parcela dos detentores de uma arte e uma cultura a que
supostamente não querem partilhá-lhas com os culturalmente despossuídos
(distinção) […]
O fato, contra aqueles mesmos que seriam beneficiados por determinada
política cultural mas que a ela se mostram resisitentes ou, mesmo,
refratários e que devem portanto ser sensibilizados para a direção visada;
PAPEL DOS AGENTES CULTURAIS
“Tende a ficar claro atualmente entre os agentes culturais que:
1.) no campo da cultura, a oferta é que determina a procura, mais do que o
inverso – e portanto, um certo grau de dirigismo é inevitável;
2.) programas culturais sustentando por políticas culturais públicas devem
destinar-se àqueles modos e práticas culturais habitualmente pelas diversas
ramificações da indústria ou do mercado cultural – e novamente o dirigismo
surge como etapa incontornável;
3.) o agente cultural, […], tem suas responsabilidades públicas próprias e não
pode furtar-se a elas limitando-se a ser um elo passivo na corrente de
transmissão dos desejos do público ou da comunidade a que deve atender.
Assim, algum grau de interveção, de dirigismo, parece inerente a toda
política cultural.
DISCUSSÃO
“Uma ação cultural espontânea só pode, talvez, ser esperada ou ter
sucesso quando o que está em jogo é a cultura popular – ou, como esse
termo já adquiriou outros sentidos, quando a questão é folclore […].”
“Nesse caso, então, não se poderá falar propriamente em ação cultural
que por natureza só existe quando a comunidade não é mais capaz de
administrar a concretização de seus próprios mitos ou desejos.”
“[…] Quase ninguém mais reconhece nesse tipo de prática a modalidade
mais apta a dar conta da variedade e complexidade da vida atual, o que
leva a tentativa de fazer com que as coletividades ‘se sensibilizem’para
outras formas culturais.”
CULTURA AUTÔNOMA
“Na cultura autônoma, […], o indivíduo ou o grupo tem pleno controle
sobre os componentes culturais envolvidos e, portanto, capacidade para
produzir ou reproduzir o produto ou forma cultural correspondente.”
“Na atualidade, […] numa época dita de globalização, com as diferentes
culturas sendo colocadas num contato íntimo sem precedentes, é tarefa
extremamente árdua identificar em que medida uma cultural é
apropriada o imposta ou saber até que ponto uma cultura é autônoma.”
TIPOS
Manifestações populares
(festas religiosas, manifestações musicais, artesanais)
Movimentos culturais jovens
(movimentos artísticos, coletivos artísticos, ações coletivas, práticas de lazer etc)
Movimentos identitários de minorias (étnicas, de genero etc)
(promoção de práticas voltadas para afirmação identitária, reconhecimento e
convivio social)
PAPEL DO AGENTE CULTURAL
Apoio:
- financeiro
- cessão de espaço
- açoes de legimitação
- divulgação
Bibliografia
COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de políticas culturais: cultura e
imaginário. São Paulo: Iluminuras/Fapesp, 1999.
______. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 2001. (Coleção
Primeiros Passos, 216).
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