
“Graças a essas intervenções pontifícias ‒ escreve o historiador Henri Daniel-Rops ‒, o ensino superior foi capaz de expandir-se. A Igreja foi sem dúvida a matriz de onde saiu a Universidade, o ninho de onde ela levantou vôo”.É um fato comprovado que uma das mais importantes contribuições medievais para a ciência moderna foi a liberdade de pesquisa no mundo universitário, onde os acadêmicos podiam debater e discutir as proposições apoiados na certeza da utilidade da razão humana.
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Universidade de Coimbra, criada em 1290. Na foto: a Biblioteca Joanina |

Hoje elas estão tão difundidas no mundo que as pessoas custam acreditar que não existiram sempre.
Entretanto, elas só conheceram a luz sob o bafejo da Igreja, em cidades que depois ficaram ilustres pelo seu caráter universitário: Coimbra, Oxford, Paris, Bologna, Salamanca...
A lista é intérmina.
Os papas e outros homens da Igreja situaram as universidades entre as grandes jóias da civilização cristã.
Era comum ouvir descrever a Universidade de Paris como a “nova Atenas”, uma designação que evoca as ambições deAlcuíno quando, vários séculos antes, no período carolíngio, se propunha estabelecer uma nova Atenas no reino dos Francos.
O papa Inocêncio IV (1243‒ 1254) descreveu as universidades como “rios de ciência cuja água fertiliza o solo da Igreja universal”, e o papa Alexandre IV (1254-1261) chamou-as “lâmpadas que iluminam a casa de Deus
O papa Inocêncio IV (1243‒ 1254) descreveu as universidades como “rios de ciência cuja água fertiliza o solo da Igreja universal”, e o papa Alexandre IV (1254-1261) chamou-as “lâmpadas que iluminam a casa de Deus
“O que foi que tornou possível à civilização ocidental desenvolver a ciência e as ciências sociais de um modo que nenhuma outra civilização havia conseguido até então?A criação da Universidade, o compromisso com a razão e com a argumentação racional e o abrangente espírito de pesquisa que caracterizou a vida intelectual medieval representaram
Estou convencido de que a resposta está no penetrante e profundamente arraigado espírito de pesquisa que teve início na Idade Média como conseqüência natural da ênfase posta na razão.
Com exceção das verdades reveladas, a razão era entronizada nas universidades medievais como árbitro decisivo para a maior parte dos debates e controvérsias intelectuais.Os estudantes, imersos em um ambiente universitário, consideravam muito natural empregar a razão para pesquisar as áreas do conhecimento que não haviam sido exploradas anteriormente, assim como discutir possibilidades que antes não haviam sido consideradas seriamente”.
Universidade de Salamanca, Espanha, fundada em 1218,
primeira da Europa que obteve o título oficial de "Universidade".
“um dom da Idade Média latina ao mundo moderno [...], ainda que nunca se venha a reconhecê-lo. Talvez esse dom conserve para sempre a condição de segredo mais bem guardado que a civilização ocidental teve durante os quatro séculos passados”.Foi um dom da civilização cujo centro era a Igreja Católica.
(Fonte: Thomas E. Woods Jr., “Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental”, editora Quadrante, São Paulo, 2008, 222 pp., p. 60-62).
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