A percepção da globalização como um evento histórico, suscetível de sertratado como objeto de investigação, encontra entre os antropólogos grande resistência, seguidamente ocultada para o público externo pela presença significativa, nos debates interdisciplinares, de um pequeno grupo de especialistas, dentre os quais se destacam figuras como Ulf Hannerz, Arjun Appadurai e Jonathan Friedman. Essa resistência, aliás, é análoga justamente à apresentada às posições que nos anos 50/60, reto-
mando tendências anteriores que atravessavam o espectro político-ideológico, acentuavam a centralidade e a inevitabilidade dos processos de desenvolvimento e modernização, tornando desse modo bastante proble-
máticas, por exemplo, as relações da antropologia com o marxismo. Pode-se dizer que na permanente oscilação do pêndulo Iluminismo-Romantismo, no que diz respeito a essa questão, a antropologia tendeu a filiar-se ao pólo romântico dos grandes debates ocidentais, especializando-se numa espécie de contradiscurso em nome dos “seus” nativos e “suas”culturas, o que no Brasil encontrou plena justificativa na defesa das populações indígenas. Desse ponto de vista, as discussões sobre globalização seriam basicamente percebidas como não acrescentando nada de particularmente dramático às polêmicas anteriores. A retórica antropológica dominante procuraria manter-se imune a mais esse desafio, relegado para o plano da empiria. Leia o artigo completo
Fonte:
Otávio Velho
MANA 3(1):133-154, 1997
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