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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Filosofia

A palavra Filosofia é de origem grega e significa amigo do saber, foi usada pela primeira vez pelo matemático grego Pitágoras, no século VI a.C. Os pensadores gregos dessa época foram os responsáveis pela criação da filosofia ocidental; quando deixaram de acreditar em mitos e passaram a pensar com a razão. Assim, a filosofia deu origem à ciência.
Porém, Sócrates é considerado o patrono da filosofia ocidental, sabe por quê?
Na Grécia antiga, na cidade de Delfos, existia um santuário dedicado ao deus Apolo, considerado o deus da luz, da razão e do conhecimento. Na entrada deste santuário havia uma grande mensagem que dizia: “Conhece-te a ti mesmo”. Em Atenas vivia um homem chamado Sócrates, que era considerado por muitos um homem sábio. Porém, Sócrates não tinha convicção de que era um homem sábio, por isso resolveu ir ao santuário consultar o oráculo. O oráculo perguntou-lhe: “O que você sabe?” e ele respondeu: “Só sei que nada sei”. Diante de tal afirmação, o oráculo afirmou: “Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe”.

http://www.mundoeducacao.com/filosofia/

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Kriterion

Kriterion: Revista de Filosofia

A Revista Kriterion do Departamento de Filosofia da UFMG tem como objetivo principal publicar artigos em filosofia ou que tenham relevância filosófica, assim como fazer um intercâmbio de publicações de textos filosóficos de pesquisadores do Brasil e do Exterior. Procura sempre, através do alto nível de seus pareceristas, trazer ao público interessado a produção filosófica de ponta.

terça-feira, 4 de junho de 2013

CADERNO CRH


CADERNO CRH é uma publicação quadrimestral de ciências sociais organizada e editada pelo Centro de Recursos Humanos - CRH, em co-edição com a Editora da Universidade Federal da Bahia - EDUFBA, que reúne textos inéditos, de reconhecido interesse acadêmico e atualidade das ciências sociais, na forma de artigos, ensaios bibliográficos e resenhas críticas de livros recém publicados.
O Centro de Recursos Humanos é um órgão suplementar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, de caráter interdisciplinar, voltado para a pesquisa, o ensino complementar e a extensão universitária na área das ciências sociais, criado em 1969, com a ambição de pensar criticamente a natureza e o caráter do desenvolvimento brasileiro e suas especificidades e heterogeneidades regionais, sintonizado com o melhor da reflexão das ciências sociais nacionais.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Página de Husser

O objetivo da página Husserl, que na realidade consiste em muitas diferentes páginas , é duplo. Em primeiro lugar, este site oferece uma série de originalmente criadas páginas bibliográficos e de informação relevantes para a pesquisa em filosofia de Husserl e desenvolvimento do mesmo. Em segundo lugar, este site visa fornecer uma lista exaustiva e up-to-date de sites relevantes para a investigação sobre a vida ea filosofia de Edmund Husserl. Para ter uma noção da estrutura do site e seu conteúdo, você pode querer consultar o mapa do site . O mapa fornece um catálogo de todas as páginas aqui e indica sua colocação. Desde que nada nestas páginas você vai encontrar uma sinopse, resumo ou qualquer outro tratado sobre a fenomenologia de Husserl , assim você pode querer saltar para a bibliografia cronológica dos escritos de Husserl. Aqui você pode procurar os vários "introdução" à fenomenologia de Husserl si mesmo. Se você estiver procurando por um texto, a Encyclopaedia Britannica artigo sobre a fenomenologia se destaca como um dos melhores de pequenas obras de Husserl.Terminou nos anos 1927-1928 e (em uma versão muito editada e distorcida) publicado no ed 14. de A Enciclopédia Britânica , este trabalho foi concebido por Husserl para ser um projeto conjunto entre ele e Martin Heidegger. A colaboração falhou, no entanto, e as contribuições de Heidegger não foram finalmente incorporada no artigo submetido para publicação. Assim, o artigo pode servir tanto como uma introdução à fenomenologia husserliana e como uma plataforma pela qual a examinar as semelhanças e diferenças na husserliana e heideggeriana filosofias.)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Estruturalismo


 O termo estruturalismo tem origem no Cours de linguistique générale de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura.

O estruturalismo é uma abordagem que veio a se tornar um dos métodos mais extensamente utilizados para analisar a língua, a cultura, a filosofia da matemática e a sociedade na segunda metade do século XX. Entretanto, "estruturalismo" não se refere a uma "escola" claramente definida de autores, embora o trabalho de Ferdinand de Saussure seja geralmente considerado um ponto de partida. O estruturalismo é mais bem visto como uma abordagem geral com muitas variações diferentes. Como em qualquer movimento cultural, as influências e os desenvolvimentos são complexos.

De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura. Um uso secundário do estruturalismo tem sido visto recentemente na filosofia da matemática. De acordo com a teoria estrutural, os significados dentro de uma cultura são produzidos e reproduzidos através de várias práticas, fenômenos e atividades que servem como sistemas de significação. Um estruturalista estuda atividades tão diversas como rituais de preparação e do servir de alimentos, rituais religiosos, jogos, textos literários e não-literários e outras formas de entretenimento para descobrir as profundas estruturas pelas quais o significado é produzido e reproduzido em uma cultura. Por exemplo, um antigo e proeminente praticante do estruturalismo, o antropólogo e etnógrafo Claude Lévi-Strauss, analisou fenômenos culturais incluindo mitologia, relações de família e preparação de alimentos.

Lévi-Strauss explicou que os antônimos estão na base da estrutura sócio-cultural. Em seus primeiros trabalhos demonstrou que os grupos familiares tribais eram geralmente encontrados em pares, ou em grupos emparelhados nos quais ambos se opunham e se necessitavam ao mesmo tempo. Na Bacia Amazônica, por exemplo, duas grandes famílias construíam suas casas em dois semi-círculos frente-a-frente, formando um grande círculo. Também mostrou que os mapas cognitivos, as maneiras através das quais os povos categorizavam animais, árvores, e assim por diante, eram baseados em séries de antônimos. Mais tarde, em seu trabalho mais popular, "O Cru e o Cozido", descreveu contos populares amplamente dispersos da América do Sul tribal como inter-relacionados através de uma série de transformações - como um antônimo aqui transformava-se em outro antônimo ali. Por exemplo, como o título indica, Cru torna-se seu oposto, Cozido. Esses antônimos em particular (Cru/Cozido) são simbólicos da própria cultura humana que, por meio do pensamento e do trabalho, transforma matérias-primas em roupas, alimento, armas, arte, idéias. Cultura, explicou Lévi-Strauss, é um processo dialético: tese, antítese, síntese.

Ao fazer estudos em literatura, um crítico estruturalista examinará a relação subjacente dos elementos ('a estrutura') em, por exemplo, uma história, ao invés de focalizar em seu conteúdo. Um exemplo básico são as similaridades entre 'Amor Sublime Amor' e 'Romeu e Julieta' . Mesmo que as duas peças ocorram em épocas e lugares diferentes, um estruturalista argumentaria que são a mesma história devido à estrutura similar - em ambos os casos, uma garota e um garoto se apaixonam (ou, como podemos dizer, são +AMOR) apesar de pertencerem a dois grupos que se odeiam (-AMOR), um conflito que é resolvido por suas mortes. Considere agora a história de duas famílias amigas (+AMOR) que fazem um casamento arranjado entre seus filhos apesar deles se odiarem (-AMOR), e que os filhos resolvem este conflito cometendo suicídio para escapar da união. Um estruturalista argumentaria que esta segunda história é uma 'inversão' da primeira, porque o relacionamento entre os valores do amor e dos dois grupos envolvidos foi invertido. Adicionalmente, um estruturalista argumentaria que o 'significado' de uma história se encontra em descobrir esta estrutura ao invés de, por exemplo, descobrir a intenção do autor que a escreveu.

Fonte:

Wipédia

Método Positivismo


Positivismo é um conceito que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. Desde o seu início, com Augusto Comte (1798-1857) na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI, o sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. Nesse sentido, há correntes de outras disciplinas que se consideram "positivistas" sem guardar nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplos paradigmáticos disso são o Positivismo Jurídico, do austríaco Hans Kelsen, e o Positivismo Lógico (ou Círculo de Viena), de Rudolph Carnap, Otto Neurath e seus associados. Para Comte, o Positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como desenvolvimento sociológico do Iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o Positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte.

O método geral do positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos fenômenos, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, por meio da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados concretos (positivos) a verdadeira ciência(na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou material. O Positivismo nega à ciência qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a descoberta e o estudo das leis (relações constantes entre os fenômenos observáveis). Em sua obra Apelo aos conservadores (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
A ideia-chave do Positivismo Comteano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o homem passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade:
Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?"; além disso, busca-se o absoluto. Neste estágio, a imaginação se sobrepõe à razão;
Metafísico ou Abstrato: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto é a busca da razão e destino das coisas.
Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas o observável e concreto.

Fonte:

Wikipédia

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Categorias de Aristóteles

Primeira página das Categorias, o primeiro
 dos escritos lógicos de Aristóteles.

Categorias (em gregoΚατηγοριαι, em latimCategoriae) é o texto que abre não apenas o Organon— o conjunto de textos lógicos de Aristóteles — como também o Corpus aristotelicum. Apesar de composta em apenas um livro, costuma-se dividir o conteúdo desta obra em duas partes: a primeira, que se estende do capítulo I ao IX, é chamada de Prædicamenta e considera-se genuinamente aristotélica; já a segunda parte, que se estende do capítulo X ao XV é chamada de Post-Prædicamenta e não há certeza se a autoria é de Aristóteles ou de seus discípulos (talvez Teofrasto ou Eudemo).  Leia também: Reflexões sobre os sistemas categoriais de Aristóteles
O objetivo de Aristóteles nesta obra é classificar e analisar dez tipos de predicados ou gêneros do ser (κατηγορια significa justamente predicado).
As categorias são: substância (οὐσία, substantia), quantidade (ποσόν, quantitas), qualidade (ποιόν, qualitas), relação (πρός τι, relatio), lugar (ποῦ, ubi), tempo (ποτέ, quando), estado (κεῖσθαι, situs), hábito (ἔχειν, habere), ação (ποιεῖν, actio) e paixão (πάσχειν, passio). Algumas vezes, as categorias são também chamadas de classes.
Segundo o filósofo:
As palavras sem combinação umas com as outras significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que (substância), o quanto (quantidade), o como (qualidade), com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando (tempo), como está (estado), em que circunstância (hábito), atividade (ação) e passividade (paixâo). Dizendo de modo elementar, são exemplos de substância, homem, cavalo; de quantidade, de dois côvados de largura, ou de três côvados de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relação, dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado; de hábito, calçado, armado; de ação, corta, queima; de paixão, é cortado, é queimado (Cat., IV, 1 b).
O conhecimento das categorias deve resultar em uma maior capacidade de análise e interpretação de elementos e argumentos do discurso. No entanto, trata-se de um texto de difícil interpretação, já que boa parte de seu conteúdo relaciona-se (ou pode relacionar-se) muito mais com a metafísica do que com a lógica. Prova dessa ambigüidade é a Isagoge, de Porfírio. Nesta obra, Porfírio questiona se os gêneros e as espécies (substâncias segundas) são realidades subsistentes ou apenas conceitos mentais. Foi justamente aIsagoge e este questionamento originado pelas Categorias que veio a desencadear a querela dos universais na filosofia medieval.

Bibliografia recomendada

KNEALE, W. e KNEALE, M. O desenvolvimento da lógica. Tradução de M. S. LOURENÇO. 3ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1991. 773p. ISBN 9723105322.
TRENDELENBURG, F. A. De Aristotelis categoriis prolusio academica. Berlim, 1833.


Fonte: 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Revista Ethic@


Revista Ethic@ , uma publicação do Núcleo de Ética e Filosofia Política da UFSC , tem como objetivo principal publicar trabalhos (artigos, resenhas, entrevistas, etc.) de excelência e vanguarda na área de Filosofia Moral Moderna e Contemporânea.

Baruch Spinoza

Considerações Gerais

O pensamento de Descartes exercerá uma influência vasta no mundo cultural francês e europeu, diretamente até Kant e indiretamente até Hegel. E exerceu tal influência não tanto como sistema metafísico, quanto especialmente pelo espírito crítico, pelo método racionalista, implícito nas premissas do sistema e realizado apenas parcialmente pelo filósofo.
O desenvolvimento lógico do cartesianismo é representado por alguns grandes pensadores originais: Spinoza, Malebranche, Leibniz. Spinoza é a mais coerente e extrema expressão do racionalismo moderno depois do fundador e antes de Kant; Malebranche e Leibniz encontram, ao contrário, nas suas preocupações práticas, religiosas e políticas, limitações ao desenvolvimento lógico e despreocupado do racionalismo.

Ladeia estes três pensadores uma turma numerosa de cartesianos mais ou menos ortodoxos, particularmente na França na segunda metade do século XVII. Significativa é a influência que o criticismo e o racionalismo cartesianos exerceram sobre a cultura do século de Luís XIV, o século de ouro da civilização francesa; sobre a arte de Racine e de La Fontaine, sobre a poética de Boileau, a ética de La Bruyère, o pensamento de Bayle.

Descartes teve seguidores também em determinados meios religiosos de orientação platônico-agostiniana, mais ou menos ortodoxos. Os dois centros principais desse sincretismo são representados pelo Jansenismo e pelo Oratório. Brás Pascal, porém (se bem que, em parte, jansenista), grande físico e matemático, mas de um profundo sentimento religioso e cristão, parece ter tido intuição da falha da filosofia cartesiana. À razão matemática, científica - espírito geométrico - que vale para o mundo natural mas não chega até Deus, contrapõe a razão integral - esprit de finesse - que leva até o cristianismo.

Descartes teve numerosos adversários e críticos no campo filosófico, entre os quais Hobbes. Entretanto, as oposições maiores contra o cartesianismo surgiram evidentemente no ambiente eclesiástico e político, quer católico quer protestante. Nesses ambientes houve a intuição de um perigo revolucionário para a religião e a ordem social, por causa do criticismo, mecanismo e infinidade do universo, próprios daquela filosofia.
E, no entanto, o cartesianismo forjou a mentalidade (racionalista-matemática) dos maiores filósofos até Kant. E também propôs os grandes problemas em torno dos quais girou a especulação desses filósofos, a saber: a relação entre substância finita de um lado, e entre espírito e matéria do outro. Daí surgiram o ontologismo e o ocasionalismo de Malebranche, a harmonia preestabelecida de Leibniz e o panteísmo psicofísico de Spinoza.

Baruch Spinoza

O racionalismo cartesiano é levado a uma rápida, lógica, extrema conclusão por Spinoza. O problema das relações entre Deus e o mundo é por ele resolvido em sentido monista: de um lado, desenvolvendo o conceito de substância cartesiana, pelo que há uma só verdadeira e própria substância, a divina; de outro lado introduzindo na corrente racionalista-cartesiana uma preformada concepção neoplatônica de Deus, a saber, uma concepção panteísta-emanatista. O problema, pois, das relações entre o espírito e a matéria é resolvido por Spinoza, fazendo da matéria e do espírito dois atributos da única substância divina. Une os dois na mesma substância segundo um paralelismo psicofísico, uma animação universal, uma forma de pampsiquismo. Em geral, pode-se dizer que Descartes fornece a Spinoza o elemento arquitetônico, lógico-geométrico, para a construção do seu sistema, cujo conteúdo monista, em parte deriva da tradição neoplatônica, em parte do próprio Descartes.
Os demais racionalistas de maior envergadura da corrente cartesiana se seguem, cronologicamente, depois de Spinoza; entretanto, logicamente, estão antes dele, pois não têm a ousadia - em especial Malebranche - de chegar até às extremas conseqüências e conclusões racionalista-monista, exigidas pelas premissas cartesianas, detidos por motivos práticos-religiosos e morais, que não se encontram em Spinoza. Com isto não se excluem, por parte deles, desenvolvimentos em outro sentido. Por exemplo, não se excluem os desenvolvimentos idealistas do fenomenismo racionalista por parte de Leibniz.

Vida e Obras

Baruch Spinoza nasceu em Amsterdam em 1632, filho de hebreus portugueses, de modesta condição social, emigrados para a Holanda. Recebeu uma educação hebraica na academia israelita de Amsterdam, com base especialmente nas Sagradas Escrituras. Demonstrando muita inteligência, foi iniciado na filosofia hebraica (medieval-neoplatônico-panteísta) e destinado a ser rabino.
Mas, depois de se manifestar o seu racionalismo e tendo ele recusado qualquer retratação, foi excomungado pela Sinagoga em 1656. Também as autoridades protestantes o desterraram como blasfemador contra a Sagrada Escritura. Spinoza reitrou-se, primeiro, para os arredores de Amsterdam, em seguida para perto de Leida e enfim refugiou-se em Haia. Aos vinte e cinco anos de idade esse filósofo, sem pátria, sem família, sem saúde, sem riqueza, se acha também isolado religiosamente.
Os outros acontecimentos mais notáveis na formação espiritual especulativa de Spinoza são: o contacto com Francisco van den Ende, médico e livre pensador; as relações travadas com alguns meios cristão-protestantes. Van den Ende iniciou-o no pensamento cartesiano, nas línguas clássicas, na cultura da Renascença; e nos meios religiosos holandeses aprendeu um cristianismo sem dogmas, de conteúdo essencialmente moralista.

Além destes fatos exteriores, nada encontramos de notável exteriormente na breve vida de Spinoza, inteiramente dedicada à meditação filosófica e à redação de suas obras. Provia pois às suas limitadas necessidades materiais, preparando lentes ópticas para microscópios e telescópios, arte que aprendera durante a sua formação rabínica; e também aceitando alguma ajuda do pequeno grupo de amigos e discípulos. Para não comprometer a sua independência especulativa e a sua paz, recusou uma pensão oferecida pelo "grande Condé" e uma cátedra universitária em Heidelberg, que lhe propusera Carlos Ludovico, eleitor palatino.

Uma tuberculose enfraquecera seu corpo. Após alguns meses de cama, Spinoza faleceu aos quarenta e quatro anos de idade, em 1677, em Haia. Deixou uma notável biblioteca filosófica; mas a sua herança mal chegou para pagar as despesas do funeral e as poucas dívidas contraídas durante a enfermidade.
Um traço característico e fundamental do caráter de Spinoza é a sua concepção prática, moral, de filosofia, como solucionadora última do problema da vida. E, ao mesmo tempo, a sua firme convicção de que a solução desse problema não é possível senão teoreticamente, intelectualmente, através do conhecimento e da contemplação filosófica da realidade.

As obras filosóficas principais de Spinoza são: a Ethica (publicada postumamente em Amsterdam em 1677), que constitui precisamente o seu sistema filosófico; o Tractatus theologivo-politicus (publicado anônimo em Hamburgo em 1670), que contém a sua filosofia religiosa e política.
A princípio desconhecido e atacado, o pensamento de Spinoza acabou por interessar e influenciar particularmente a cultura moderna depois de Kant (Lessing, Goethe, Schelling, Hegel, Schleiermacher, etc.), proporcionando ao idealismo o elemento metafísico monista, naturalmente filtrado através da crítica kantiana.

O Pensamento: Deus

A teologia de Spinoza é contida, substancialmente, no primeiro livro da Ethica (De Deo). Spinoza quereria deduzir de Deus racionalmente, logicamente, geometricamente toda a realidade, como aparece pela própria estrutura exterior da Ethica ordine geometrico demonstrata. Não nos esqueçamos de que o Deus spinoziano é a substância única e a causa única; isto é, estamos em cheio no panteísmo. A substância divina é eterna e infinita: quer dizer, está fora do tempo e se desdobra em número infinito de perfeições ou atributos infinitos.
Desses atributos, entretanto, o intelecto humano conhece dois apenas: o espírito e a matéria, a cogitatio e a extensio. Descartes diminuiu estas substâncias, e no monismo spinoziano descem à condição de simples atributos da substância única. Pensamento e extensão são expressões diversas e irredutíveis da substância absoluta, mas nela unificadas e correspondentes, graças à doutrina spinoziana do paralelismo psicofísico.
A substância e os atributos constituem a natura naturans. Da natura naturans (Deus) procede o mundo das coisas, isto é, os modos. Eles são modificações dos atributos, e Spinoza chama-os natura naturata (o mundo). Os modos distinguem-se em primitivos e derivados. Os modos primitivos representam as determinações mais imediatas e universais dos atributos e são eternos e infinitos: por exemplo, o intellectus infinitus é um modo primitivo do atributo do pensamento, e o motus infinitus é um modo primitivo do atributo extensão.

As leis do paralelismo psicofísico, que governam o mundo dos atributos, regem naturalmente todo o mundo dos modos, quer primitivos quer derivados. Cada corpo tem uma alma, como cada alma tem um corpo; este corpo constituiria o conteúdo fundamental do conhecimento da alma, a saber: a cada modo de ser e de operar na extensão corresponde um modo de ser e de operar do pensamento. Nenhuma ação é possível entre a alma e o corpo - como dizia também Descartes - e como Spinoza sustenta até o fundo.
A lei suprema da realidade única e universal de Spinoza é a necessidade. Como tudo é necessário na natura naturans, assim tudo também é necessário na natura naturata. E igualmente necessário é o liame que une entre si natura naturans e natura naturata. Deus não somente é racionalmente necessitado na sua vida interior, mas se manifesta necessariamente no mundo, em que, por sua vez, tudo é necessitado, a matéria e o espírito, o intelecto e a vontade.

O Homem

Do primeiro livro da Ethica - cujo objeto é Deus - Spinoza passa a considerar, no segundo livro (De mente), o espírito humano, ou, melhor, o homem integral, corpo e alma. A cada estado ou mudança da alma, corresponde um estado ou mudança do corpo, mesmo que a alma e o corpo não possam agir mutuamente uma sobre o outro, como já se viu.
Não é preciso repetir que, para Spinoza, o homem não é uma substância. A assim chamada alma nada mais é que um conjunto de modos derivados, elementares, do atributo pensamento da substância única. E, igualmente o corpo nada mais é que um complexo de modos derivados, elementares, do atributo extensão da mesma substância. O homem, alma e corpo, é resolvido num complexo de fenômenos psicofísicos.
Mesmo negando a alma e as suas faculdades, Spinoza reconhece várias atividades psíquicas: atividade teorética e atividade prática, cada uma tendo um grau sensível e um grau racional.
A respeito do conhecimento sensível (imaginatio), sustenta Spinoza que é ele inteiramente subjetivo: no sentido de que o conhecimento sensível não representa a natureza da coisa conhecida, mas oferece uma representação em que são fundidas as qualidades do objeto conhecido e do sujeito que conhece e dispõe tais representações numa ordem fragmentária, irracional e incompleta.
Spinoza distingue, pois, o conhecimento racional em dois graus: conhecimento racional universal e conhecimento racional particular. A ordem oferecida pelo conhecimento racional particular nada mais é que a substância divina; abrange ela, na sua unidade racional, os atributos infinitos e os infinitos modos que a determinam. E desse conhecimento racional intuitivo, místico, derivam necessariamente a felicidade e virtude supremas. Das limitações do conhecimento sensível decorrem o sofrimento e a paixão, dada a universal correspondência spinoziana entre teorético e prático.
Visto o paralelismo psicofísico de Spinoza, é claro que o conhecimento, no sistema spinoziano, não é constituído pela relação de adequação entre a mente e a coisa, mas pela relação de adequação da mens do sujeito que conhece a mens do objeto conhecido.

A Moral

Como é sabido, Spinoza dedica ao problema moral e à sua solução os livros III, IV e V da Ethica. No livro III faz ele uma história natural das paixões, isto é, considera as paixões teoricamente, cientificamente, e não moralisticamente. O filósofo deve humanas actiones non ridere, non lugere, neque detestari, sed intelligere; assim se exprime Spinoza energicamente no proêmio ao II livro da Ethica. Tal atitude rigidamente científica, em Spinoza, é favorecida pela concepção universalmente determinista da realidade, em virtude da qual o mecanismo das paixões humanas é necessário como o mecanismo físico-matemático, e as paixões podem ser tratadas com a mesma serena indiferença que as linhas, as superfícies, as figuras geométricas.
Depois de nos ter oferecido um sistema do mecanismo das paixões no IV livro da Ethica, Spinoza esclarece precisamente e particularmente a escravidão do homem sujeito às paixões. Essa escravidão depende do erro do conhecimento sensível, pelo que o homem considera as coisas finitas como absolutas e, logo, em choque entre si e com ele. Então a libertação das paixões dependerá do conhecimento racional, verdadeiro; este conhecimento racional não depende, entretanto, do nosso livre-arbítrio, e sim da natureza particular de que somos dotados.

No V e último livro da Ethica, Spinoza esclarece, em especial, a condição do sábio, libertado da escravidão das paixões e da ignorância. O sábio realiza a felicidade e a virtude simultânea e juntamente com o conhecimento racional. Visto que a felicidade depende da ciência, do conhecimento racional intuitivo - que é, em definitivo, o conhecimento das coisas em Deus - o sábio, aí chegado, amará necessariamente a Deus, causa da sua felicidade e poder. Tal amor intelectual de Deus é precisamente o júbilo unido com a causa racional que o produz, Deus. Este amor do homem para com Deus, é retribuído por Deus ao homem; entretanto, não é um amor como o que existe entre duas pessoas, pois a personalidade é excluída da metafísica spinoziana, mas no sentido de que o homem é idêntico panteisticamente a Deus. E, por conseguinte, o amor dos homens para com Deus é idêntico ao amor de Deus para com os homens, que é, pois, o amor de Deus para consigo mesmo (por causa precisamente do panteísmo).
Chegado ao conhecimento e à vida racionais, o sábio vive já na eternidade, no sentido de que tem conhecimento eterno do eterno. A respeito da imortalidade da alma, devemos dizer que é excluída naturalmente por Spinoza como sobrevivência pessoal porquanto pessoa e memória pertencem à imaginação. A imortalidade, então, não poderá ser entendida senão como a eternidade das idéias verdadeiras, que pertencem à substância divina. De sorte que imortais, ou eternas, ou pela máxima parte imortais, serão as almas ou os pensamentos dos sábios, ao passo que às almas e aos pensamentos dos homens vulgares, como que limitados ao conhecimento e à vida sensíveis, é destinado o quase total aniquilamento no sistema racional da substância divina.

A Política e a Religião

Spinoza tratou particularmente do problema político e religioso no Tractatus theologico-politicus. Considera ele o estado e a igreja como meios irracionais para o advento da racionalidade. As ações feitas - ou não feitas - em vista das penas ou dos prêmios temporais e eternos, ameaçados ou prometidos pelo estado e pela igreja, dependem do temor e da esperança, que, segundo Spinoza, são paixões irracionais. Elas, entretanto, servem para a tranquilidade do sábio e para o treinamento do homem vulgar.
No estado de natureza, isto é, antes da organização política, os homens se encontravam em uma guerra perpétua, em uma luta de todos contra todos. É o próprio egoísmo que impede os homens a se unirem, a se acordarem entre si numa espécie de pacto social, pelo qual prometem renunciar a toda violência, auxiliando-se mutuamente. No entanto, não basta o pacto apenas: precisa o homem do arrimo da força para sustentar-se. De fato, mesmo depois do pacto social, os homens não cessam de ser, mais ou menos, irracionais e, portanto, quando lhes fosse cômodo e tivessem a força, violariam, sem mais, o pacto. Nem há quem possa opor-se a eles, a não ser uma força superior, porquanto o direito sem a força não tem eficácia. Então os componentes devem confiar a um poder central a força de que dispõem, dando-lhe a incumbência e o modo de proteger os direitos de cada um. Só então o estado e verdadeiramente constituído. Entretanto, o estado, o governo, o soberano podem fazer tudo o que querem: para isso têm o poder e, portanto, o direito, e se acham eles ainda no estado de pura natureza, do qual os súditos saíram.
O estado, porém, não é dominador supremo, porquanto não é o fim supremo do homem. Seu fim supremo é conhecer a Deus por meio da razão e agir de conformidade, de sorte que será a razão a norma suprema da vida humana. O papel do estado é auxiliar na consecução racional de Deus. Portanto, se o estado se mantivesse na violência e irracionalidade primitivas, pondo obstáculos ao desenvolvimento racional da sociedade, os súditos - quando mais racionais e, logo, mais poderosos do que ele - rebelar-se-ão necessariamente contra ele, e o estado cairá fatalmente. Faltando-lhe a força, faltar-lhe-á também o direito. E de suas ruínas deverá surgir um estado mais conforme à razão. E, assim, Spinoza deduz do estado naturalista o estado racional.

O outro grande instituto irracional a serviço da racionalidade é, segundo Spinoza, a religião, que representaria um sucedâneo da filosofia para o vulgo. O conteúdo da religião positiva, revelada, é racional; mas é a forma que seria absolutamente irracional, pois o conhecimento filosófico de Deus decairia em uma revelação mítica; a ação racional, que deveria derivar do conhecimento racional com a mesma necessidade pela qual a luz emana do sol, decairia no mandamento divino heterônomo, a saber, a religião positiva, revelada, representaria sensivelmente, simbolicamente, de um modo apto para a mentalidade popular, as verdades racionais, filosóficas acerca de Deus e do homem; tais verdades podem aproveitar ao bem desse último, quando encarnadas nos dogmas. Por conseguinte, o que vale nos dogmas não seria a sua formulação exterior, e sim o conteúdo moral; nem se deveria procurar neles sentidos metafísicos arcanos, porque o escopo dos dogmas é essencialmente prático a saber: induzir à submissão a Deus e ao amor ao próximo, na unificação final de tudo e de todos em Deus.


Fonte:


terça-feira, 19 de junho de 2012

Lista de filósofos: Ordem histórica

Antigos

 Pré-socráticosTales de Mileto (625 a.C. - 545 a.C.)
Anaximandro de Mileto (609/610 a.C. - c. 546 a.C.)
Anaxímenes de Mileto (585-528 a.C.)
Pitágoras (571/570 a.C. - 497/496 a.C.)
Xenófanes de Cólofon (aprox. 570 a.C. - 460 a.C.)
Heráclito de Éfeso (aprox. 540 a.C. - 470 a.C.)
Parmênides de Eléia (cerca de 530 a.C. - 460 a.C.)
Anaxágoras de Clazômenas (c. 500 a.C. - 428 a.C.)
Leucipo de Mileto (cerca de 500 a.C.)
Diógenes de Apolônia (viveu século V a.C.)
Filolau de Crotona (século V a.C.)
Zenão de Eléia (cerca de 495 a.C. - 430 a.C.)
Empédocles (483 a.C. — 430 a.C.)
Protágoras de Abdera (480 a.C. - 410 a.C.)
Górgias de Leontini (480 a.C. - 375 a.C.)
Melisso de Samos (cerca de 470 a.C.)
Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. - 370 a.C.)
Arquitas de Tarento (428 a.C. - 347 a.C.)

Sócrates 470a.C.-399a.C.

 Platão 428 a 347 a.C.

 Aristóteles 384a.C-322 a.C.

Helênicos

Euclides 360a.C.-295a.C.
Pirro de Elis 360a.C-275a.C.
Epicuro 341a.C-270a.C
Aristarco de Samos 310a.C(c.)-230a.C
Arquimedes 287a.C-212 a.C.
Eratóstenes 276a.C-194a.C
Plotino 205-270
Epiteto 55-135
Ptolomeu 100(c.)-178(c.)

 Romanos

Cícero 106a.C-43 a.C.
Sêneca 4a.C(c.)-65
Marco Aurélio 121-180
Boécio 480-524d.c

Medievais

Agostinho de Hipona 354-430
João Filopono 490-580
Santo Anselmo 1033-1109
Pedro Abelardo 1033-1109
Averróis 1126-1198
Robert Grosseteste 1168-1253
Alberto Magno 1200(c.)-1280
Roger Bacon 1214-1294
Tomas de Aquino 1225-1274
Raimundo Lúlio 1232-1315
Duns Scot 1265-1308
William de Ockham 1285-1350

Renascentistas

Nicolau de Cusa 1401-1464
Erasmo 1469(c.)-1536
Maquiavel 1469-1527
Thomas More 1478-1535
François Rabelais 1483-1553
Paracelso 1493-1541
Michel Eyguem de Montaigne 1533-1592
Giordano Bruno 1548-1600
Francis Bacon 1561-1626
Galileu Galilei 1564-1642
Tommaso Campanella 1568-1639
Isaac Newton 1643-1727
Giambattista Vico 1668-1744

Modernos

Hobbes, Thomas (1588-1679)
Descartes, René (1596-1650)
Pascal, Blaise (1623-1662)
Spinoza, Baruch de (1632-1677)
Locke, John (1632-1704)
Malebranche, Nicolas (1638-1715)
Leibniz, Gottfried (1646-1716)
Vico, Giambattista (1668-1744)
Berkeley, George (1685-1753)
Montesquieu (1689-1755)
Voltaire (1694-1778)
Reid, Thomas (1710-1796)
Hume, David (1711-1776)
Rousseau, Jean-Jacques (1712-1778)
Kant, Immanuel (1724-1804)
Beccaria, Cesare (1738-1794)
Stewart, Dugald (1753-1828)
Schiller, Friedrich (1759-1805)

 Contemporâneos

Fichte, Johann Gottlieb (1762-1814)
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1770-1831)
Mill, James (1773-1836)
Schelling, Friedrich (1775-1854)
Schopenhauer, Arthur (1788-1860)
Comte, Auguste (1798-1857)
Feuerbach, Ludwig (1804-1872)
Mill, John Stuart (1806-1873)
Proudhon, Pierre-Joseph (1809-1865)
Kierkegaard, Søren (1813-1855)
Bakunin, Mikhail Aleksandrovitch (1814-1876)
Marx, Karl (1818-1883)
James, William (1842-1910)
Nietzsche, Friedrich (1844-1900)
Frege, Gottlob (1848-1925)
Husserl, Edmund (1859-1938)
Bergson, Henri (1859-1941)
Dewey, John (1859-1952)
Whitehead, Alfred North (1861-1947)
Russell, Bertrand (1872-1970)
Moore, George Edward (1873-1958)
Scheler, Max (1874-1928)
Schweitzer, Albert (1875-1965)
Korzybski, Alfred (1879-1950)
Maritain, Jacques (1882-1973)
Hartmann, Nicolai (1882-1950)
Jaspers, Karl (1883-1969)
Gasset, José (1883-1955)
Lavelle, Louis (1883-1951)
Bachelard, Gaston (1884-1962)
Lukács, Georg (1885-1971)
Korsch, Karl (1886-1961)
Ubaldi, Pietro (1886-1972)
Rosenstock-Huessy, Eugen (1888-1973)
Wittgenstein, Ludwig (1889-1951)
Heidegger, Martin (1889-1976)
Marcuse, Herbert (1889-1979)
Carnap, Rudolf (1891-1970)
Zubiri, Xavier (1898-1983)
Ryle, Gilbert (1900-1976)
Voegelin, Eric (1901-1985)
Dionísio, Sant'Anna (1902-1991)
Popper, Karl (1902-1994)
Adler, Mortimer (1902-2001)
Lonergan, Bernard (1904-1984)
Marinho, José (1904-1975)
Ribeiro, Álvaro (1905-1980)
Sartre, Jean-Paul (1905-1980)
Rand, Ayn (1905-1982)
Silva, Agostinho (1906-1994)
Santos, Delfim (1907-1966)
Ferreira dos Santos, Mário (1907-1968)
Quine, Willard Van Orman (1908-2000)
Bobbio, Norberto (1909-2004)
Reale, Miguel (1910-2006)
Austin, John (1911-1960)
Camus, Albert (1913-1960)
Ricoeur, Paul (1913-2005)
Silva, Vicente Ferreira da (1916-1963)
Wright, Georg Henrik von (1916-2003)
Goodman, Nelson (1918-1998)
Bunge, Mário (1919)
Strawson, Peter Frederick (1919-2006)
Kuhn, Thomas (1922-1996)
Castoriadis, Cornelius (1922-1997)
Fougeyrollas, Pierre (1923-2008)
Feyerabend, Paul (1924-1994)
Deleuze, Gilles (1925-1995)
Gellner, Ernest (1925-1995)
Foucault, Michel (1926-1984)
Cavell, Stanley (1926)
Putnam, Hilary (1926)
Soveral, Eduardo Abranches de (1927-2003)
Baudrillard, Jean (1929-2007)
Habermas, Jürgen (1929)
Guattari, Félix (1930-1992)
Serres, Michel (1930)
Rorty, Richard (1931-2007)
Dussel, Enrique (1934)
Dennett, Daniel (1942)
Agamben, Giorgio (1942)
Burge, Tyler (1946)
Carvalho, Olavo de (1947)
Wilber, Ken (1949)
Zizek, Slavoj (1949)
Lévy, Pierre (1956)
Tye, Michael (1960)
Quadros, António (1923-1993)

Fonte:

Wikipédia

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ILUMINISMO A Revolução Intelectua

No domínio da cultura, a Europa do século XVIII assistiu ao grande desenvolvimento da Filosofia das Luzes, iniciado no século anterior, o Século das Luzes, especialmente na Inglaterra, mas que repercutiu em todo o mundo. Era o Iluminismo, a grandeRevolução Intelectual. A nova cultura foi, até certo ponto, uma continuação do Renascimento. Caracterizou-se pela intensa produtividade de artistas, homens de ciência e filósofos, e colaborou decisivamente para mudar as formas de pensar, sentir e agir. As elites, cada vez mais, acreditavam na razão, definida como a capacidade de compreender o mundo através do raciocínio sistemático. Essa nova forma de pensar, baseada no conhecimento dedutivo e na utilização da experiência controlada, deveria iluminar as açõeshumanase substituirasexplicaçõesreligiosasdomundo.
Essa filosofia, tal como a Renascença, foi principalmente uma criação da classe burguesa, e teve, como um dos seus resultados mais importantes, a criação de inúmeras ciências naturais e sociais, tais como a Física, a Biologia, a Química, a Economia ea Sociologia.

“A Natureza e suas leis estavam ocultas na obscuridade. Então disse Deus:
‘Que ocorra uma revolução intelectual!’—e tudofoi claridade”.


Fonte:

CENTRO FEDERALDE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA –SEMTEC

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Michel Foucault

Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um importante filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France desde 1970 a 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Seu trabalho também se concentrou sobre a relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de subjetivação.

Pedra de calçada comemorativa em BonaEm 1954, Foucault publicou seu primeiro livro, a "Doença mental e personalidade", um trabalho encomendado por Althusser. Rapidamente se tornou evidente que ele não estava interessado em uma carreira de professor, de modo que empreendeu um longo exílio da França. Porém, no mesmo ano, ele aceitou uma posição na Universidade de Uppsala, na Suécia como professor e conselheiro cultural, uma posição que foi arranjada para ele por George Dumézil, que mais tarde se tornou um amigo e mentor. Em 1958, ele saiu da Suécia para Varsóvia.
Foucault voltou à França, em 1960, para concluir a sua tese e uma posição em filosofia na Universidade de Clermont-Ferrand, a convite de Jules Vuillemin, diretor do departamento de filosofia. Foi colega de Michel Serres. Em 1961, doutorou-se com a tradução e uma introdução com notas sobre "Antropologia do ponto de vista pragmático", de Kant orientado por Jean Hyppolite. Sua tese intitulada "História da loucura na idade clássica", foi orientada por Georges Canguilhem. Filho de um médico, ele estava interessado na epistemologia da Medicina e publica nesta área, "Nascimento da clínica: uma arqueologia do saber médico", "Raymond Roussel", além de uma reedição de seu livro de 1954 (no âmbito de um novo título, "Doença e psicologia mental".

Na sequência da atribuição de Defert para a Tunísia, para o período de serviço militar, Foucault se mudou para lá também e tomou uma posição na Universidade de Túnis, em 1965. Em janeiro, ele foi nomeado para a Comissão para a reforma das universidades estabelecido pelo Ministro da Educação da época, Christian Fouchet, no entanto, um inquérito sobre a sua privacidade é apontado por alguns estudiosos como a causa de sua não-nomeação.
Em 1966 ele publicou As Palavras e as Coisas, que tem um enorme sucesso imediato. Ao mesmo tempo, a popularidade do estruturalismo está em seu auge, e Foucault rapidamente é agrupado com estudiosos e filósofos como Jacques Derrida, Claude Lévi-Strauss e Roland Barthes, então visto como a nova onda de pensadores contrários ao existencialismo desempenhado por Jean-Paul Sartre. Inúmeras discussões e entrevistas envolvendo Foucault são então colocadas em oposição ao humanismo e ao existencialismo, pelo estudo dos sistemas e estruturas. Foucault, logo se cansou do o rótulo de "estruturalista". O ano de 1966 é uma emoção sem igual na área de humanas: Lacan, Lévi-Strauss, Benveniste, Genette, Greimas, Dubrovsky, Todorov e Barthes publicam algumas das suas obras mais importantes.
Foucault ainda está em Túnis, durante os acontecimentos de maio de 1968, onde ele estava profundamente envolvido com a revolta estudantil na Tunísia, no mesmo ano. No outono de 1968, ele retornou à França e publicou "A arqueologia do saber", como uma resposta a seus críticos, em 1969. Autoproclamado homossexual, morreu vítima da AIDS em 1984.
Encontra-se sepultado em Cimetiere du Vendeuvre, Vienne, Ródano-Alpes na França.

Nesta ontologia de revisão, simultaneamente genealógica e arqueológica, o trabalho sobre problemas muito específicos são inseparáveis dos das "formações discursivas" (As palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento e A Ordem dos discursos), como o significado de racismo, além de seus significados particularizados, é inseparável do advento das ciências humanas - que nos diz: "Temos de defender a sociedade" (1975-1976) .

O lema da Ordem do discurso - "Desafiando o nosso compromisso com a verdade, restituir ao discurso seu caráter de evento; finalmente eliminar a soberania do significante" - aplica-se também como uma advertência contra os perigos da psicologização bi problematização—face do próprio relatório e do presente. Problematização não é a continuação da espécie ou origem, mas "bolsas de unificação, nós de totalização, processos, arquiteturas, sempre relativa, nas palavras de Gilles Deleuze em que Foucault foi, intelectualmente como embora, pessoalmente, fechar.
No segundo semestre de 1970, ele estava tão interessado no que parecia uma nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito tirado e desenvolvido por François Ewald Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio Negri, entre outros), indicando quando, não em torno da vida do século XVIII - apenas biológico, mas entendida como toda a vida: a de indivíduos e povos como a sexualidade, como afeta, alimentos como a saúde, a recreação como produtividade econômica - como entre os mecanismos de poder e se torna uma questão-chave para a política:
"O homem há milênios, permaneceu o que era para Aristóteles: um animal vivo, e mais capaz de existência política, o homem moderno é um animal cuja política coloca sua vida para estar vivo está em questão.
No início de 1980, em suas palestras no Colègge de France, do Governo da vida, Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio irredutível de domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a parte livre e decisão deliberada do sujeito na sua própria actividade. Os exercícios cristão ascético fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua diferença com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto, sem confundí-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso.
Sua obra, a partir da perspectiva do todo, aparece como uma vasta história dos limites estabelecidos no âmbito da empresa, que define o limite no qual um é louco, doente, criminal, desviante. As divisões internas da empresa têm uma história, fez a formação lenta e constantemente questionada, esses limites. Em ambos os lados dessas áreas de exclusão e inclusão irá fornecer "formas de subjetividade" diferente, e assim o assunto é uma concreção histórico e político, e não uma droga típica livre, como pretende a tradição e senso comum: não percebo a mim mesmo como os critérios que se formou pela história. O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflecte na produção de normas e valores.

O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos de micropoder e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que pode também oferecer a oportunidade para novas possibilidades de vida. "Não há relação de poder entre sujeitos livres", ele gostava de dizer. Assim, Foucault o utilitário em sua relação recíproca de docilidade, abre um vasto campo de considerações para além do utilitarismo, do lado da indústria, trabalho, produtividade, criatividade, autonomia, auto-governo.
"O problema de uma vez políticos, éticos, sociais e filosóficas que enfrentamos hoje não é para tentar libertar o indivíduo do Estado e suas instituições, mas libertar-nos, nós, Estado e do tipo de individualização que se refere. Temos que promover novas formas de subjetividade. " - O Sujeito eo Poder
Recebido no desejo de conhecer a hipótese repressiva para explicar as mudanças de atitudes e comportamento no campo da sexualidade, o ceticismo sobre a verdadeira extensão da liberação sexual, mas ainda atraídos pelos Estados Unidos (estada em Berkeley) e descobrindo novas formas relacionais que ele tem em suas últimas entrevistas, em relação à sua história de homossexualidade discutidos sexualidade (mas raramente a sua própria) e, mais genericamente, emocional e estabelecer tal seu nome, uma distinção entre o amor e a paixão que ele não teve tempo de explicar mais detalhadamente . O problema do desejo e objecto de controle são o cerne da questão da subjetividade  desenvolvido pela então que alguns se permitem chamar o "segundo" Foucault, o de "cuidado de si (1984) emancipado o sistema disciplinar.
Foucault (1979) renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema total, isto, é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais psiquiátricos, forças policiais, etc, sãos os locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e as quais devemos realmente nos preocupar, compreender e buscar renovar constantemente.

Segundo este pensamento, devemos compreender que a lei é uma verdade "construída" de acordo com as necessidades do poder, em suma, do sistema econômico vigente, sistema, atualmente, preocupado principalmente com a produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como explicado por Guattari (1993). O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetada psicologicamente, a nível macro social, como uma verdade a priori, universal. Desta necessidade, desenvolvem-se a regras do direito, surgindo, portanto, os elementos necessários para a produção, transmissão e oficialização de "verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade (p.180), como diria Foucault (1979). O poder não é fechado, ele estabelece relações múltiplas de poder, caracterizando e constituindo o corpo social e, para que não desmorone, necessita de uma produção, acumulação, uma circulação e um funcionamento de um discurso sólido e convincente. "Somos obrigados pelo poder a produzir verdade", nos confessa o pensador, "somos obrigados ou condenados a confessar a verdade ou encontrá-la (…) Estamos submetidos à verdade também no sentido em que ela é a lei, e produz o discurso da verdade que decide, transmite e reproduz, pelo menos em parte, efeitos de poder (p.180)."

Obras

 Doença Mental e Psicologia, (1954);
História da loucura na idade clássica, (1961);
Nascimento da clínica, (1963);
As palavras e as coisas, (1966);
Arqueologia do saber, (1969);
Vigiar e punir, (1975);
História da sexualidade:
A vontade de saber, (1976);
O uso dos prazeres, (1984);
O Cuidado de Si, 1984;
Ditos e escritos; (2006);
Teorias e instituições penais; (1971-1972)
A sociedade punitiva; (1972-1973)
O poder psiquiátrico; (1973-1974)
Os anormais; (1974-1975)
Em defesa da sociedade; (1975-1976)
Segurança, território e população; (1977-1978)
Nascimento da biopolítica; (1978-1979)
Microfísica do Poder; (1979)
Do governo dos vivos; (1979-1980)
Subjetividade e verdade; (1980-1981)
A hermenêutica do sujeito; (1981-1982)
Le gouvernement de soi et des autres; (1983)
Le gouvernement de soi et des autres: le courage de la vérité; (1984)
A Verdade e as Formas Jurídicas; (1996) - Trata-se de conjunto de conferências prounuciadas em 1973.
A ordem do discurso; (1970)
O que é um autor?; (1983)
Coleção Ditos e escritos;(6 livros),(2006)


Leia Também:


Fonte:

Wikipédia

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Estrabão

Estrabão (em grego: Στράϐων; (63 a.C. ou 64 a.C. — ca. 24) foi um historiador, geógrafo e filósofo grego. Foi o autor da monumental Geographia, um tratado de 17 livros contendo a história e descrições de povos e locais de todo o mundo que lhe era conhecido à época.Estrabão era um termo dado pelos romanos àquele cujos olhos eram distorcidos ou deformados, como os portadores de estrabismo (o pai do general Pompeu, por exemplo, era chamado de Cneu Pompeu Estrabão).

Estrabão nasceu numa família rica de Amaseia (actual Amasya, na Turquia), no Ponto que, tornando-se parte do Império Romano à época de seu nascimento, permitiu-lhe prosseguir os estudos dos vários geógrafos e filósofos em Roma. A avó materna de Estrabão era filha de Dorylaüs, um general e amigo de Mitrídates V do Ponto, com uma mulher de Cnossos, de nome Estérope.
Apesar de filosoficamente um estoicista, politicamente era um proponente do imperialismo romano. Posteriormente fez várias viagens, entre elas ao Egipto e à Etiópia.

Não se sabe ao certo quando ele escreveu a Geographia (Γεωγραφικά): alguns historiógrafos localizam os primeiros esboços da obra durante o ano 7 d.C., outros no ano 18 d.C., mas a versão final data do reinado do imperador Tibério, uma vez que a morte de Juba II, rei da Maurousia (23 d.C.) nela é mencionada. Apesar de inúmeros erros (especialmente sobre a direção dos Pirineus), sua Geographia foi, juntamente com a de Ptolomeu a primeira obra desse gênero herdada da antigüidade. História, religião, costumes locais e as instituições de diferentes povos estão misturados às descrições geográficas. Nesse sentido, Estrabão é considerado o fundador da perspectiva idiográfica (do grego idios, que significa "o que é próprio", "especial") de estudo geográfico, a qual consiste em revelar as particularidades regionais.
Outra obra de sua autoria, a Historia (Ἱστορικὰ Ὑπομνήματα), que continuava a de Políbio, está perdida para nós. Referida pelo própria Estrabão que afirma tê-la escrito, versão que é ratificada por outros autores clássicos, tudo o que chegou até nós é o fragmento de um papiro que se encontra, actualmente, na Universidade de Milão (renumerado como Papyrus] .Várias datas diferentes são propostas para a morte de Estrabão, a maioria localizadas pouco depois de 23 d.C.

Fonte:

Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. Curitiba: IBPEX, 2009 (Coleção Metodologia do Ensino de História e Geografia, 6), p. 20

Diodoro Sículo

Diodoro Sículo (gr. Διόδωρος ὁ Σικελός) foi, mais do que um historiador universal, um incansável compilador de textos de autores mais antigos sobre a história da Grécia (e de Roma).
Biografia
Nasceu em Agírio, Sicília (daí o apelido "Sículo") e viveu durante o século -I. São Jerônimo diz, em suas "Tábuas Cronológicas" (Chronica) que Diodoro floresceu no 4º ano da 180ª Olimpíada (i.e. -49), o que vem a ser uma especulação razoável, mais acurada do que as datas em geral fornecidas para seu nascimento e morte, c. -90 e -30. As informações que temos sobre a vida de Diodoro são todas indiretas, deduzidas de sua própria obra.
Sabe-se com razoável certeza que esteve no Egito entre -60 e -57, aproximadamente, onde iniciou as pesquisas necessárias para suas atividades de historiador (D.S. 1.44.1), trabalho que se prolongou durante os 30 anos seguintes (D.S. 1.3.6). Parece que em -56 viajou para Roma e lá ficou durante muito tempo, certamente consultando os arquivos e registros disponíveis.
Nada sabemos de sua família, profissão e outras atividades; deduz-se, no entanto, que deve ter sido um homem abastado e de certa influência, pois de outro modo não lhe seria possível dedicar-se às atividades de escritor e nem ter acesso aos registros oficiais em Roma e no Egito.
Obras sobreviventes
Diodoro produziu uma única obra, a Biblioteca Histórica, que reunia 40 livros escritos em grego comum (κοινὴ διάλεκτος). Apenas os livros 1-5 e 11-20 sobreviveram, praticamente na íntegra; dos outros, restam apenas alguns fragmentos. Mesmo assim, o texto sobrevivente é o mais extenso relato sobre a história da Grécia e de Roma, desde as origens míticas até as últimas décadas da República romana, que chegou até nós.
O último evento histórico citado em sua obra data de -36 (D.S. 16.7.1) e ele nunca mencionou o fato de o Egito ter se tornado província romana, o que ocorreu em -30; é possível, portanto, que Diodoro tenha publicado a Biblioteca entre essas duas datas.
Características da obra
A "história universal" de Diodoro é uma compilação frequentemente contraditória, confusa e repetitiva de fontes mais antigas, quase sempre desprovida de senso crítico. O valor de cada parte do texto depende, essencialmente, da qualidade da fonte utilizada; a cronologia é via de regra confiável, mas a narrativa contém afirmativas ingênuas e, às vezes, erros grosseiros, v.g. a descrição de Nínive, cidade da Mesopotâmia (D.S. 2.3.2) e a posição geográfica da Calcídica em relação ao Helesponto[1] (D.S. 16.53.2).
A maioria dos críticos, em especial os mais antigos, concorda que Diodoro foi um compilador competente que arranjou os dados colhidos pelos historiadores que o precederam em torno de uma cronologia mais ou menos exata, mas um mau historiador, incapaz de analisar os fatos, refletir, criticá-los e estabelecer causas e consequências dos eventos históricos. Estudos mais recentes, no entanto, identificaram acréscimos seus às narrativas e levantaram a hipótese de que ele procurou, tão somente, criar uma "história universal" simples, didática e acessível a todos.
De qualquer modo, em nossos dias a Biblioteca Histórica é uma fonte inestimável das obras perdidas dos historiadores que o precederam e de muitos episódios pouco conhecidos da história grega e romana.

Fonte:

Grecia Antiga

Éforo de Cime

Éforo (em grego: Ἔφορος) foi um historiador grego (c. 405 a.C. - 330 a.C.) nascido em Cime, na Eólida, Ásia Menor. As informações sobre sua vida são limitadas; era pai de Demófilo, que seguiu seus passos como historiador, e à alegação de Plutarco de que Éforo teria recusado uma oferta de Alexandre Magno para se juntar a ele em sua campanha persa como o historiógrafo oficial. Juntamente com o historiador Teopompo, foi pupilo de Isócrates, em cuja escola frequentou dois cursos de retórica. Ele não parece, no entanto, ter feito muito progresso na arte, e diz-se que ele teria passado a se dedicar à composição e ao estudo da história por uma sugestão do próprio Isócrates.
O fruto de seus trabalhos foi um conjunto de 29 livros, sua História Universal. A obra, editada por seu filho Demófilo - que adicionou um trigésimo livro - continha uma descrição sumária das Guerras Sacras, além de outras narrativas desde os dias dos heráclidas à conquista de Perinto em 340 a.C. por Filipe da Macedônia, cobrindo um espaço de tempo de mais de setecentos anos. De acordo com Políbio, Éforo foi o primeiro historiador a compilar uma história universal. Para cada um dos 29 livros Éforo escreveu um prooimion. A obra provavelmente foi chamada apenas de Historiai, e seguia uma ordem mais temática do que cronológica em sua narrativa. Diodoro Sículo foi o grande responsável por preservar a sua obra ao copiar grandes trechos de seus escritos. O livro XXX, cobrindo os anos de 356 a 340 a.C., foi acrescentado por Demófilo muito provavelmente depois da morte de Éforo. Os fragmentos de seus escritos contidos no texto de Diodoro constituem a única narrativa contínua da históra da Grécia entre os anos de 480 e 340 a.C.
Éforo fez uso crítico das melhores autoridades disponíveis no assunto, e sua obra, altamente louvada e muito lida na Antiguidade, foi baseada livremente na de Diodoro Sículo e outros compiladores. Estrabão dá muita importância às suas investigações geográficas, e o elogia por ter sido o primeiro a separar o elemento histórico daquele simplesmente geográfico. Em sua Geografia, Estrabão cita Éforo extensivamente sobre as práticas pederásticas dos cretenses, o único relato etnográfico confiável sobre os ritos de passagem cretenses, que tinham como paralelo o mito de Zeus e Ganimedes. Políbio, ao mesmo tempo em que lhe creditou pelo conhecimento sobre as condições das batalhas navais, ridicularizou sua descrição das batalhas de Leuctra e Mantinéia (362 a.C.) como uma amostra de seu desconhecimento da natureza das operações terrestres.
Além da históra universal, Éfoto escreveu um Epichorios logos (um ensaio patriótico), no qual louvava as tradições de Cime. Também escreveu Peri heurematon, um livro sobre invenções, e Peri lexeos, "Sobre o estilo".
Seus escritos que restaram mostram uma certa falta de paixão, apesar de seu interesse perspicaz em matéria de estilo e de partidarismo político - a se excetuar o seu entusiasmo por Cime. De acordo com escritores antigos, ele era respeitado por ser um historiógrafo hábil e meticuloso, embora um tanto aborrecido.Foi elogiado por ter demarcado (embora nem sempre) uma linha acentuada separando o mítico do histórico;[ ele até mesmo reconheceu que embora a profusão de detalhes empreste uma força para corroborar os relatos dos eventos recentes, ela seria motivo para suspeita, em relatos de histórias muito distantes. Seu estilo era pomposo e artificial, como era natural em se considerando seu treinamento quando jovem, e frequentemente sacrificava a verdade ao efeito retórico; mas, de acordo com Dionísio de Halicarnasso, ele e Teopompo eram os únicos escritores históricos cuja linguagem era precisa e finalizada. Outras obras atribuídas a ele são:

Um tratado sobre descobertas
Respeitando as coisas boas e más
Sobre as coisas notáveis em vários países (não se sabe se estas eram obras separadas ou apenas trechos das Historiai)
Um tratado sobre minha terra, sobre a história e as antiguidades de Cima
Um ensaio sobre o estilo, sua única obra retórica, que é ocasionalmente mencionada pelo retórico Teão.

Fonte:

 Meister, Die griechische Geschichtsschreibung Kolhlhammer, 1990, p. 85.

Xenofonte Historiador, soldado e escritor grego

428 aC, Atenas355 aC

Sócrates não escreveu. O que sabemos sobre ele é fruto principalmente de dois dos seus discípulos: Platão e Xenofonte, este último considerado um dos principais biógrafos da Antigüidade.

Seu livro "Ditos e Feitos memoráveis de Sócrates", embora muito menos profundo que as obras de Platão, é a segunda fonte mais importante sobre a pessoa e o pensamento de Sócrates. Na obra, Xenofonte apresenta Sócrates como conhecedor de diversos assuntos que não faziam parte das matérias usualmente ensinadas pelos professores de Atenas.

Todas as obras de Xenofonte foram conservadas.Costuma-se dividi-las em três grupos: as históricas ("Anábase", "Helênicas", "A Educação de Ciro"); as socráticas ("Memoráveis", "Apologia de Sócrates", "O Banquete", "Econômico") e as menores ("A Constituição dos Lacedemônios", "O Comandante de Cavalaria", "Hieron", "Da Equitação", "As Rendas").

Sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia as idéias espartanas. Como bom ateniense, de personalidade marcante, gostava de discutir e argumentar seus pensamentos e atos. Seu estilo simples, elegante e correto é um marco da literatura grega.

Em 396, três anos após a morte de Sócrates, a serviço dos espartanos, foi banido de Atenas. No exílio, perto de Olímpia, teria escrito grande parte de sua obra.

Fonte:

Educação/UOL

Tucídides Historiador e general grego

460 a.C., Atenas (Grécia)-400 a.C., Atenas (Grécia)

Como um dos dez generais de Atenas, Tucídides foi mandado, em 424 a.C., à costa da Trácia para agir contra Brasidas (general espartano que lutou na Guerra do Peloponeso). Tendo falhado na missão, foi condenado a trinta anos de exílio. Provavelmente, os atenienses o chamaram de volta em 404 a.C.

Esse general-historiador escreveu uma história da Guerra do Peloponeso, uma das mais importantes obras históricas de todos os tempos, notável por seu estilo conciso, direto e nítido, por sua imparcialidade e seu método científico, pelo senso que o autor demonstra de percepção da conexão causal entre os eventos, e por seu raciocínio penetrante a respeito de questões políticas.

Tucídides refere-se ao seu próprio trabalho como "um patrimônio sempre útil e não uma composição para ser ouvida apenas no momento da competição por algum prêmio". Quintiliano (pedagogo e professor de retórica romano) diz que a História da Guerra do Peloponeso é "densa em sua contextura, enérgica, sempre ansiosa para ir adiante".

A guerra: uma mestra severa

Em seu livro, Tucídides apresenta os argumentos a favor e contra uma determinada atitude, sob a forma de discursos representando a essência das palavras pronunciadas pelos protagonistas dos eventos. E esse talvez seja o maior mérito da obra, pois ela estabelece um método científico de trabalho para o historiador: o da busca constante da imparcialidade.

Segundo alguns pesquisadores, essa habilidade, de dar voz a todos os atores de um determinado evento histórico, teria sido adquirida durante o exílio, quando Tucídides teve a oportunidade de apreciar os pontos de vista de cada um dos antagonistas que lutaram na guerra.

O livro traz uma ampla introdução, na qual trata das origens da raça helênica. A História, contudo, permaneceu incompleta, detendo-se abruptamente nos eventos do ano 411 a.C.

Entre as passagens mais notáveis, está a Oração Fúnebre, de Péricles, em homenagem aos atenienses mortos no primeiro ano da guerra, onde aparece uma das mais belas exortações à coragem: "a liberdade é a felicidade - e a coragem é a liberdade". Há também outros trechos memoráveis: o relato da peste em Atenas, o Diálogo Mélio e a expedição à Sicília.

Para Tucídides, "a guerra é uma severa mestra. Privando a maioria das pessoas da capacidade de satisfazer com facilidade suas necessidades diárias, faz seus espíritos descerem ao nível das circunstâncias reais".

De acordo com a tradição, Tucídides foi assassinado.

Tucídides contraiu a praga que assolou Atenas durante a Guerra do Peloponeso (-430/-426), porém conseguiu sobreviver; é provável que tenha seguido carreira política, pois era um dos estrátegos atenienses em -424. Não conseguiu impedir que os espartanos tomassem Anfípolis, cidade estratégica situada a noroeste da Calcídica, e em consequência disso foi exilado. Embora o exílio tenha sido revogado em -404, é possível que ele não tenha voltado a se instalar em Atenas.
Durante o exílio, Tucídides reuniu mais informações para sua História, que havia começado a escrever em -431, no início da Guerra. É provável que tenha morrido por volta de -400, mas as informações disponíveis, além de poucas, não são muito confiáveis.
Obras sobreviventes
História da Guerra do Peloponeso (-431/-411 ?), a única obra de Tucídides, chegou até nós praticamente na íntegra. Embora trate apenas dos acontecimentos, causas e efeitos da Guerra do Peloponeso (Atenas versus Esparta, basicamente), é um dos mais importantes livros de História jamais escritos.
Infelizmente, o texto está incompleto: a obra termina abruptamente no meio de um parágrafo do Livro VIII, que trata dos acontecimentos do ano -411. A Guerra só iria acabar, no entanto, sete anos mais tarde (-404).
Características da obra
O que ele [Tucídides] procura é o sentido dos acontecimentos e o segredo de seu encadeamento.
O rigor técnico transparece em cada parágrafo da História de Tucídides. Ao contrário de seus predecessores, ele não se preocupou apenas em descrever uma sucessão de acontecimentos curiosos ou dramáticos. Além da sóbria apresentação dos fatos, sempre descreveu de forma crítica as circunstâncias envolvidas, à procura das causas mais profundas de tudo. Para ele, as coisas ocorriam não por força do destino, mas movidas pelas paixões e interesses dos homens; não havia lugar para os deuses em sua obra...
Os acontecimentos são narrados de forma concisa e desapaixonada, em ordem rigorosamente cronológica, com o cuidado de destacar os eventos que ele considerava particularmente importantes. Embora o aspecto militar recebesse grande destaque, as negociações políticas, alianças e outros fatores influentes são meticulosamente descritos. Em sua intenção de analisar e criticar de forma isenta, reconstituiu da melhor forma possível até mesmo os discursos proferidos pelos envolvidos.
Tucídides escreveu em prosa e no dialeto ático arcaico. Do ponto de vista literário, é possível entrever influências sofísticas em seu texto, assim como alguns recursos estilísticos comuns entre os oradores áticos da época.

Grecia Antiga/Monografia nº 0366. Criação: 28/01/2001.

Fonte:

Educação/UOL

Heródoto Historiador grego, considerado o "pai da História"

485 a.C., Halicarnasso, Grécia-420 a.C., Túrio, Itália


Nascido em Halicarnasso, cidade grega da Ásia Menor, Heródoto era filho de uma influente família. Seu pai, Lixes, foi um líder do segmento democrático da sua polis. Seu tio era um renomado poeta épico, Paníasis.

Heródoto foi exilado quando jovem, em razão das disputas políticas que conduziram o grupo antidemocrático ao poder em Halicarnasso.

Iniciou uma longa série de viagens pelo mundo antigo, passando pelas costas do Mar Negro, por Cítia (sul da Rússia), Lídia (Turquia), Egito, Líbia, boa parte da própria Grécia e, talvez, Pérsia e Mesopotâmia. Ao longo de suas viagens, reuniu informações sobre os costumes, mitos e histórias dos diversos povos que conheceu.

Em Atenas, conheceu muitos intelectuais, desenvolvendo uma grande amizade com Sófocles, que fez menção das informações coletadas por Heródoto em suas peças, como "Antígona".

Ainda em Atenas, apresentou o resultado final de suas investigações, que se transformaria em sua célebre obra "Histórias" (publicada em nove livros, entre 430 e 424 a.C.), que tratava, ainda, das guerras entre os gregos e os persas, as Guerras Médicas. Foi por esta obra que o romano Cícero o chamou de o "Pai da História".

Participou da fundação de uma colônia ateniense na Magna Grécia (sul da Itália), chamada Túrio (443 a.C.), onde parece ter vivido o resto de seus dias, tendo retornado algumas vezes a Atenas.

A obra está classificada em nove livros. Os cinco primeiros descrevem o Império Persa, e os demais abordam as guerras. As histórias são narradas na primeira pessoa e intercaladas com diálogos entre os principais personagens.
Obras sobreviventes
Aparentemente, Heródoto escreveu somente dois livros: uma história da Assíria, hoje perdida, e a grande obra de sua vida — Histórias — que chegou até nós praticamente completa.
Em Histórias (-450/-430), o primeiro texto longo em prosa que chegou aos nossos dias, escrito em dialeto iônico, Heródoto relata os conflitos entre gregos e persas desde -550 até as guerras greco-pérsicas, também chamadas de guerras médicas, assim como os seus antecedentes e circunstâncias.
Consta que Heródoto apresentou uma leitura pública de trechos da obra em Atenas, por volta de -445. Alusões à guerra do Peloponeso permitem imaginar que o livro foi terminado pouco antes de sua morte.
Características da obra
Heródoto 1.1
Independentemente do valor histórico, Histórias é uma das obras mais interessantes escritas até hoje. Heródoto não se limitou a compilar, a exemplo de seus antecessores, simples relatos tradicionais e listas genealógicas; ele investigou pessoalmente e até onde lhe foi possível os acontecimentos que o interessavam. Observe-se o uso que faz da palavra "investigações" (gr. ἱστορίαι) no prólogo do livro, na epígrafe supra.
Embora tenha recorrido também a fontes escritas, como por exemplo o livro de Hecateu de Mileto (-550/-475) e os arquivos oficiais de algumas cidades gregas, Heródoto utilizou principalmente tradições orais e relatos de pessoas que testemunharam ou conheceram as testemunhas dos acontecimentos.
Os fatos são apresentados com racionalidade, ainda que de forma um tanto parcial. Dotado de curiosidade, capacidade de observação e espírito crítico, Heródoto escolhia sempre a menos fantasiosa das versões; os relatos fabulosos são contados, mas com ceticismo, e com frequência ele enfatizava que não lhes dava crédito. Além disso, em várias ocasiões, diz sinceramente que não é capaz de explicar este ou aquele fato, ou então que nada pôde descobrir a respeito.
Em outros aspectos, Heródoto acompanhava as crenças de sua época, como por exemplo quando atribuía importância aos oráculos, prodígios e outras evidências da intervenção direta dos deuses na vida humana.

Grecia Antiga/Monografia nº 0345. Criação: 30/10/2000.


Fonte:

Educação/UOL

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VOCÊ SABIA? A logo do Bluetooth é a união das runas nórdicas Hagall e Berkanan, correspondentes às letras H e B do nosso alfabeto, sendo tam...