terça-feira, 2 de abril de 2013
A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA NA IDADE ANTIGA E MÉDIA
Roma
Antes de dirigirmos nosso enfoque propriamente a educação da criança,
cabe fazer um breve histórico sobre a educação como um todo no mundo romano.
Segundo Cambi (1999, p. 105), Roma teve como texto-base da educação as Doze
Tábuas, escrito em bronze e exposto, publicamente no fórum no ano de em 451 a.C.
Nela destacava-se o valor da tradição que compreende o espírito, os costumes, a
disciplina dos pais. As tábuas traziam uma educação voltada para a dignidade, a
coragem, a firmeza como valores máximos. No centro deste processo Catão1
colocou a família, o papel prioritário do pai e sua função de guia e de exemplo.
Na Roma arcaica a educação teve caráter prático, familiar e civil. Na vida
familiar o papel central era do pai, responsável por formar o civis romanus. A mãe
também participava dessa educação, ela tomava conta da criança tanto no aspecto
espiritual como material.
Em Roma, é a mãe quem educa seu filho, ela seria responsável pelo
crescimento físico e moral da criança desde a nutrição à criação, à instrução, ao
sustento. Marrou (1971, p. 362) explica que a educação da criança caberia à mãe até
aos sete anos de idade, após a educação seria exclusividade do pai, por ele ser
considerado o verdadeiro educador. Acrescenta, ainda, que, enquanto existirem
mestres, a ação destes será sempre considerada semelhante à autoridade paterna.
Apesar desse reconhecimento da mãe como mater familias o pai é o centro da
família “...cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no
centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da
vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social), usando
inclusive o ‘porrete’ [...]” CAMBI (1999, p. 106). Nessa mesma linha de
pensamento, os Provérbios demonstram claramente o tipo de disciplina
direcionado às crianças. O provérbio “Quem economiza o porrete, odeia o próprio
filho” (CAMBI, 1999, p. 70).
Roma possui uma forte constituição familiar, visto que, conforme Cambi
(1999, p. 104), a estrutura da família tem forte apego à gens, o centro da vida social
é a família. A antigüidade mostra que a vida dependia totalmente do desejo do
pai.
A antiga educação romana demonstrou, em primeiro plano, um ideal
moral, “... o essencial é formar a consciência da criança ou do jovem, inculcar-lhe
um sistema rígido de valores morais, reflexos seguros, um estilo de vida [...]”
(MARROU, 1971, p. 365). Este ideal é o da cidade antiga, feito de sacrifício e de
renúnica.
Segundo Luzuriaga (1984, p. 65) há pensadores romanos que deram
orientação ética, espiritual aos escritos. Entre eles destacamos Marco Túlio Cícero
que representa o tipo mais puro da humanitas, da paidéia, da cultura espiritual, e o
pensador Plutarco, que escreveu o tratado – A educação das crianças, que dava
preferência à educação doméstica sobre a educação escolar.
Ao longo do século V, a vida e a cultura em Roma transformaram-se
radicalmente, como conseqüência, Roma adotou as formas e os métodos da
educação helenística. “[...] Até o estilo de vida acabou helenizando-se: o grego
torna-se a língua dos letrados, os debates culturais deram vida a círculos e grupos
[...]” (CAMBI, 1999, p. 107).
A mudança não ocorreu de maneira pacifica, especialmente para grupos
sociais mais conservadores que reconheceram como ataque à ordem da sociedade
e do Estados romanos. Roma, mesmo se contrapondo à conquista da Grécia,
recebeu diversas influências do mundo grego em todos os aspectos: na religião
que se fundia cada vez mais com a grega; na vida política, que se redefinia
conforme os moldes gregos, na cultura, recebeu novas formas literárias, como a
lírica, e, por conseguinte mudanças na filosofia e na retórica.
O ideal de paidéia Grega, de formação humana pela cultura chega à cultura
pedagógica romana. “[...] Tratava-se não de educação nacional, local, mas de
ensino de tipo universal, humanístico, diríamos hoje, baseado em cultura alheia
superior, a servir de inspiração. Conservaram-se ainda algumas das qualidades da
antiga educação romana, mas em geral predomina espírito mais liberal, dentro,
sempre, da estrutura do Estado” (LUZURIAGA, 1984, p. 62). Leia mais
Fonte:
VII Jornada de Estudos Antigos e Medievais
COSTA, Leila Pessôa da (UEM)
SANTA BÁRBARA, Rubiana Brasilio (UEM)
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