sábado, 15 de fevereiro de 2014

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede

“ De onde viemos? Aonde vamos? 
Viajemos e compreendamos nosso destino (...) 
Na era dos computadores, temos mais idéias e sonhos. 
Agora estamos diante do desafio do amanhã. 
Com o aumento do conhecimento e da tecnologia, 
Nós mudamos nossas vidas e nossos mundos. 
Dos confins do espaço às profundezas do mar, 
Nós construímos numa vasta rede eletrônica (...)”
(Pierre Badin) 
Esta mensagem poderá causar impacto! Mas nós a empregamos propositadamente,
pelo seu caráter ilustrativo e porque sentimos na sua essência um toque especial que nos faz
refletir sobre os impactos de uma nova ordem econômica e social, onde o cerne das
transformações que estamos presenciando refere-se às tecnologias da informação,
processamento e comunicação. Ao lê-la, nos reportamos de imediato a obra de Castells -
sociedade em rede1
 - primeiro volume da trilogia a era da informação: economia,
sociedade e cultura.
Nossa intenção não é endossar, sem reticências, o pensamento de Castells, nem tão
pouco fazer desfilar uma multiplicidade de conceitos. Em princípio, o que nos interessa é
apresentar uma síntese das idéias contidas nessa obra, a fim de compreendermos os novos
contextos em que se desenrola a vida social diante das mudanças causadas principalmente
pela revolução tecnológica concentradas nas tecnologias da informação.
O que dizer sobre a aludida obra? Antes de tudo, admirá-la como uma exitosa
aventura. Sua grande virtude é ocupar-se com uma questão complexa, difícil de ser
trabalhada, trata-se da espantosa metamorfose da sociedade que irá materializar o contexto
futuro da humanidade - dinâmicas econômicas e sociais da nova era da informação.
Eis que, afinal, surge uma obra a conter traços que sem dúvida caracterizam uma
pesquisa bem sucedida, que desperta curiosidade com relação às mudanças introduzidas no
nosso padrão de sociabilidade, em razão das transformações tecnológicas e econômicas.
Convém enfatizarmos que a obra sociedade em rede está estruturada da seguinte
forma: um prólogo, sete capítulos e conclusão. O prólogo, denominado a rede e o ser, trata
do emergente fenômeno de informatização como irreversível e do novo liberalismo mundial
em que tudo é justificado em função do mercado. O autor afirma que, na sociedade onde
convivem a rede e o ser, a fragmentação social se propaga gerando situações que
desestruturam os movimentos sociais, causam problemas entre as normas internacionais e a
oposição política torna-se inexistente.
Neste contexto, o que mais nos chamou atenção foi o fato de nossas sociedades
estarem cada vez mais estruturadas em uma oposição bipolar entre a rede e o ser. Desse modo, podemos dizer que nestas sociedades só mesmo uma redefinição profunda do ser
humano permitirá vencer as resistências e os obstáculos de uma sociedade emergente - a
sociedade em rede2
. É nessa redefinição do ser humano, embutida nesta sociedade, que
estamos insistindo, porque ela mexe com o indivíduo a ponto de redesenhar uma profunda
sensação de isolamento devido estar sem identidade, sem base de princípios e valores
coerentes que possam orientar melhor o seu processo comportamental e, uma necessidade
constante de definir diretrizes para uma nova vida.

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Profa.Edna Gomes Pinheiro
Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará

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